sábado, novembro 04, 2006

LUZ DO SEU AMOR




Minha alegria se completa com a luz da manhã
essa luz que emerge dos seus olhos
e reflete em minha íris,
a satisfação do dia que nasce pelo amor


Ao deleitar inebriadamente apaixonada,
ao tornar-me frágil e segura em seus braços,
ao confundir nossa pele
e buscar no silêncio mais profundo o pulsar do seu coração


Peço que o tempo pare e contemple todos os detalhes
retrate cuidadosamente a direção do osso olhar
meça meus desejos,
e confirme a intensidade do nosso amor


Quero buscar somente minha paz que habita no seu peito
deixar que toque em sua própria vida
esta que fez morada em meu corpo
e, que produz alicerce a elevar me ao seu amor...


Quero que a noite não esvaeça a luz que irradia meu íntimo,
e nem leve o sorriso que me farta de prazer;
mas traga a delicadeza das mão repletas de carícias
que me acalmam e dizem graciosamente ser dono de mim.


escrita pela poetisa Maria Fernanda Pelarin

quinta-feira, novembro 02, 2006

O VÔO DO VIAJANTE

Estou livre para voar, mas não tenho asas
Estando longe daqui, fico solitário
Você é a minha asa, o que me faz voar
O que me faz viajar acordado todo dia.

Mas sem você nada me vale a pena
O dia fica triste, sem melodia, sem cor
Sem gosto, sem cheiro, sem graça...
Sem você... Tudo está perdido sem você!

A resistência do desespero e da solidão
É a garantia de um dia te tocar, te beijar,
Ser beijado até a alma se sentir beijada,
Satisfeita de te ter como alma gêmea.

O toque manso de suas delicadas mãos,
Seu corpo junto ao meu como um só corpo
Perco o sentido e me vejo em outro mundo
A lua não tem cara, e não acho minha casa.

Suas mãos procurando as minhas
Seus lábios trêmulos a esperar um beijo
Sua pele toda arrepiada por carícias
Me fazendo sentir-se o dono do mundo.

Não te ausentes de mim, meu amor!
A paz em teus olhos fixos aos meus
O sofrimento em não vê-los ao acordar
A agonia em não saber onde andas.

Lembre-se somente dos bons momentos
Estes dos quais nos motivam a viver
A continuar seguindo em frente
Esperando somente um reencontro...

quinta-feira, outubro 12, 2006

UM OLHAR

Um olhar, um simples olhar.
Avassalador, mas sincero,
Tímido, mas cativante...
Um olhar!
O tempo parou por alguns instantes
Não havia luz, som, movimento,
Cheiro, gosto, nem cor...
Somente um olhar
Inerte
Fixo
Mútuo
Apaixonado
O relato do encontro de dois corpos
O reencontro de duas almas gêmeas
Nosso intimo sendo invadido...
Um olhar!
Uma invasão de amor
Que me conquistou ferozmente
Sem pedir licença
Sem saber meu nome
Sem sentir minha pele
Só um olhar
Te coroou minha princesa
Me trouxe felicidade, amor
Um amor tranqüilo, delicado
Amor que se dá, que se recebe
Para a vida toda se amar!
Sem você tudo é triste
Sou somente desamor
Um barco sem rumo
Campo sem flor
Jardim sem luar...
Sem você não tem mais eu!
Podem até tentar ofuscar nosso brilho,
Mas nossa alma ninguém vai separar!
Pois um grande amor...
Ah, um grande amor não é de se rasgar!
O doce prazer da eternidade
Nos aventurando estrada a fora
O amor nos guiando rumo ao horizonte
Brilhemos juntos ao pôr do sol
Sem medo do que há por vir
Pois cada segundo desperdiçado
É um carinho abafado
Um beijo amordaçado
Um abraço atado
Um olhar sem se olhar...
Um amor sem se dar!

domingo, julho 23, 2006

BEM DEVAGAR

Bem devagar
De mansinho, sem assustar...
Nosso amor chegou sem avisar!
O coração vilipendiado,
Cansado de viver,
Encheu-se novamente no peito
Agora por uma causa nobre
Desesperado
Ritmicamente
Deixando fluir em todo corpo
O calor da nova paixão
Que queima a alma
Bem devagar
Deixe que minha mão adentre
Neste universo misterioso
No íntimo da alma!
Sem medo nem pudor
Navego pelo seu corpo nu
Acaricio-te os peitos
Formosos
Lentamente
E me entrego ao prazer
Enviado pelos deuses
Que te esculpiram o corpo
Bem devagar
O sentimento foi crescendo
Da chama criou-se o amor
Do choro fez-se o riso intenso
A felicidade voltou para mim
Sem suspeitar que a saudade viria
Para nos lembrar de lembranças
Saudosas
Eternamente
Guardadas na memória
De quem vive um grande amor
Sincero, que me inunda a alma
Bem devagar...

terça-feira, junho 20, 2006

RETRATO FALADO

Incógnito – como que esperando o semáforo em meio à multidão!
Incompreendido – vivendo numa sociedade estereotipada e retrógrada...
Indigesto – para o apetite de muitos trogloditas desumanos.
Infiel – sempre curtindo com o Deus dos pagãos.
Indisponível – pois no mercado igual não há!
Inquieto – uma mente brilhante exposta a ferro e fogo.
Invisível – uma alma vagando no deserto da vida...
Insensato – pelo mais sensato dos exames de sensatez.
Indelével – como se o tempo tivesse parado ao seu redor...
Inconsciente – drogado, entregue a imensidão do pensamento.
Injusto – apesar de nunca tardar, e às vezes falhar...
Intransponível – sua postura se ergue como uma muralha!
Intrépido – sem coragem e audácia não somos nada...
Inconseqüente – quem te conhece diz que mal você não faz...
Insatisfeito – sempre... queremos sempre mais!
Incapaz – será? (acho que não!).
Indolente – nem fale isso! O ócio corrói o ser humano...
Incompleto – dos amores e da solidão... nascemos incompletos!
Incoerente – e quem não o é?
Insensível – quem pode ser mais sentimental que eu?
Indomável – a não ser por ti... um louco apaixonado!

Pois bem... este sou eu!
Mas não era você?
(Como que num espelho velho
Nosso retrato se distorce
Mascarando a realidade...)
Não somos mais os mesmos
E num retrato falado
Informações são omitidas
E não se sabe dizer quem é quem...
Lunáticos são lunáticos
Todos iguais
Todos iguais!

Roberto Mac Intyer Simões
20/06/2006

segunda-feira, junho 19, 2006

TRISTE DELETÉRIO



Me pergunto donde, sem hesitar!
Donde a solidão te guarda?
Donde aprendeu a viver assim?
Minha morada não a encontro
(Embriagado de solidão)
Vivo a perguntar...
A vagar...
Zumbi de mim mesmo...
Quando foi o triste deletério?
Guardo esta teima prá ti
De que o imbróglio vai perdurar.
Vai querer?
Então venha buscar
(Este retrato de uma alma perdida)
O coração sufocado
Vilipendiado...
Lugar do desconhecido
Mas que tem muito amor pra dar!
O amargo do desejo
O doce de amar
Vai findar?
Uma moeda suja
Um mendigo fedorento
Um pão velho
Uma fila de militantes da hipocrisia...
Vai encarar?
Mais uma estação...
Estamos em mais uma estação!
O metro corta o silencio mortal
Macio...
Metálico...
Uma sobremesa no jantar...
Flores...
E eu te pergunto:
- Vai querer?
Então venha me buscar!
Tire-me daqui
Nos leve para outra estação
Donde a luz ofusque a visão
De ti olhando para mim
Dizendo-me com os olhos límpidos
O que seu coração sem coragem
Sem atitude
Arrogante por si só
Sempre quis dizer...
O que nossas almas sempre souberam
E não nos contaram!
Mas foi sem querer...
Sem querer!!!
Foi sem querer...
Então deixe estar...


Roberto Mac Intyer Simões
19/06/2006
Roberto MacIntyer Simões