terça-feira, junho 20, 2006

RETRATO FALADO

Incógnito – como que esperando o semáforo em meio à multidão!
Incompreendido – vivendo numa sociedade estereotipada e retrógrada...
Indigesto – para o apetite de muitos trogloditas desumanos.
Infiel – sempre curtindo com o Deus dos pagãos.
Indisponível – pois no mercado igual não há!
Inquieto – uma mente brilhante exposta a ferro e fogo.
Invisível – uma alma vagando no deserto da vida...
Insensato – pelo mais sensato dos exames de sensatez.
Indelével – como se o tempo tivesse parado ao seu redor...
Inconsciente – drogado, entregue a imensidão do pensamento.
Injusto – apesar de nunca tardar, e às vezes falhar...
Intransponível – sua postura se ergue como uma muralha!
Intrépido – sem coragem e audácia não somos nada...
Inconseqüente – quem te conhece diz que mal você não faz...
Insatisfeito – sempre... queremos sempre mais!
Incapaz – será? (acho que não!).
Indolente – nem fale isso! O ócio corrói o ser humano...
Incompleto – dos amores e da solidão... nascemos incompletos!
Incoerente – e quem não o é?
Insensível – quem pode ser mais sentimental que eu?
Indomável – a não ser por ti... um louco apaixonado!

Pois bem... este sou eu!
Mas não era você?
(Como que num espelho velho
Nosso retrato se distorce
Mascarando a realidade...)
Não somos mais os mesmos
E num retrato falado
Informações são omitidas
E não se sabe dizer quem é quem...
Lunáticos são lunáticos
Todos iguais
Todos iguais!

Roberto Mac Intyer Simões
20/06/2006

segunda-feira, junho 19, 2006

TRISTE DELETÉRIO



Me pergunto donde, sem hesitar!
Donde a solidão te guarda?
Donde aprendeu a viver assim?
Minha morada não a encontro
(Embriagado de solidão)
Vivo a perguntar...
A vagar...
Zumbi de mim mesmo...
Quando foi o triste deletério?
Guardo esta teima prá ti
De que o imbróglio vai perdurar.
Vai querer?
Então venha buscar
(Este retrato de uma alma perdida)
O coração sufocado
Vilipendiado...
Lugar do desconhecido
Mas que tem muito amor pra dar!
O amargo do desejo
O doce de amar
Vai findar?
Uma moeda suja
Um mendigo fedorento
Um pão velho
Uma fila de militantes da hipocrisia...
Vai encarar?
Mais uma estação...
Estamos em mais uma estação!
O metro corta o silencio mortal
Macio...
Metálico...
Uma sobremesa no jantar...
Flores...
E eu te pergunto:
- Vai querer?
Então venha me buscar!
Tire-me daqui
Nos leve para outra estação
Donde a luz ofusque a visão
De ti olhando para mim
Dizendo-me com os olhos límpidos
O que seu coração sem coragem
Sem atitude
Arrogante por si só
Sempre quis dizer...
O que nossas almas sempre souberam
E não nos contaram!
Mas foi sem querer...
Sem querer!!!
Foi sem querer...
Então deixe estar...


Roberto Mac Intyer Simões
19/06/2006
Roberto MacIntyer Simões