quarta-feira, dezembro 02, 2009

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA SE ESQUECE...

Fui ao supermercado e comprei cotonetes. Sim, aqueles assustadores bastões com algodão na ponta. Pela primeira vez em 26 anos eu limpei o meu próprio ouvido (tô virando adulto! rs). O motivo pelo qual eu nunca tinha limpado meu ouvido antes? Simples: tenho pavor de fazer isto sozinho! Por outro lado, sempre tive minha mãe, e ultimamente a Fernanda, para fazer isto por mim. Mesmo assim, na hora da limpeza, eu me retorcia inteiro, esperneava, chorava, chegava a arder a garganta de tanta dor. Não sou fresco, porem, creio que eu tenha uma sensibilidade imensa na região do ouvido. Pois então lá fui eu desbravar o desconhecido! Me senti como uma mulher em sua primeira vez fazendo amor. Aquele desconforto, uma dor intensa latejante... Horripilante! Tentava continuar, mas meu cérebro dizia para eu parar! Acho que é a sensação de estar sozinho que me fazia continuar, já que minha irmã mudou-se de Campinas. Não que ela limpasse meu ouvido, mas o isolamento para com pessoas íntimas nos faz sermos mais auto-suficientes e independentes. Mera psicologia comportamental! E minha odisséia continuava. Eu desbravava ferozmente uma "mata" remelenta com um bastão de plástico com tuchos de algodão. Parecia até piada! Mas eu estava mandando bem. No final, eu até estava pegando o jeito! A dor tinha amenizado e no lugar do desconforto, apareceu uma sensação gostosa de prazer. Nada sexual. Prazer de limpeza, idêntico ao que sentimos quando saímos do banho. E assim foi a minha primeira vez! Coincidência ou não, terminei limpando todo o sangue que saía... É, o bebê está saindo das próprias fraldas e está entrando na puberdade!

sexta-feira, outubro 16, 2009

A VIDA

A vida suga todo seu sumo. Te espreme, tirando de ti todas as coisas boas e ruins que tens a oferecer. Ela deseja toda sua energia, quer ver suas emoções borbulharem. Faminta de momentos inesquecíveis de êxtase, conquistas, paixões, dor, isônia, desilusões, tudo misturado, a vida te persegue na panela dos nossos dias, este imenso caldeirão de sentimentos. Daí, em certo ponto, ela te diz: "Não dá mais prá seguir assim! Você tem que evoluir, sair desta utopia que você criou. Não percebe que sua vida está intragável?". Um nó na barriga, ansiedade, indecisão, medo. A vida nos joga em meio à tempestade, sem proteção nenhuma. Nos encontramos em meio a relâmpagos, trovões, granizo. A morte parece certa. Mas enfrentamos, seguimos em frente. E passado o temporal, nos encontramos novamente na bonança dos dias ensolarados e de mar calmo, bem sereno. Alguns demoram mais, outros menos, mas no fim, todos vencemos! Aquela vida que você vivia? Relaxe, a tempestade levou para longe, junto ao mar revolto. A tormenta às vezes volta, no enjôo do balanço incessante do mar. Mas a calmaria reina sossegada novamente. Sem ao menos esperamos, breve ou não, a vida insiste em trazer novas tormentas, como se o princípio da vida fosse sempre o mesmo. "Tudo nasce, cresce e morre". A natureza da vida é cruel, mas sensata. Inevitavelmente, os dias passam devagar, saiba você contá-los ou não. Talvez seja melhor nem contá-los. A desordem passa rápido. E este é o grande milagre da vida: a renovação! Nos resta somente levarmos os bons momentos, e seguir em frente...

Roberto Mac Intyer Simões

sexta-feira, outubro 09, 2009

ORDEM UNIVERSAL DO VÁCUO ETERNO

Aqui não existe Jesus, Alá, Maomé, Adonai... Tbém não temos o Diabo, lógico... Muito menos existe Judas, para caguetar alguém!!!

Aqui não existem santos... Mesmo assim, os agradecemos pelos feriados "santos"!

Aqui não existe bíblia, alcorão, torá... Portanto, não temos missas, cultos, nem igrejas, mesquitas, seitas ou sociedades secretas.

Aqui não existe o paraíso, nem o inferno... O purgatório e o julgamento final são mera diversão dos católicos!

Aqui não existem dogmas... Santíssima Trindade, Imaculada Conceição, batismo, crisma, comunhão, eucaristia... Nada disso!

Aqui não existe vida eterna, reencarnação, ressureição, Terra Prometida.... Não adianta chorar!

Aqui não existe papa (e sua primazia), cardeal, bispo, frei, presbitero, diácono, padre, pastor.

Aqui não existe dízimo (Tostão de Pedro), zakat (contribuição de purificação)... Não queremos enriquecer com o dinheiro alheio!

Aqui não existe castidade... Nem heresia!

Aqui não existe 10 Mandamentos.

Aqui não existe pecado, confissão, penitência.

Aqui não existe quaresma, ramadã.

Aqui não existem imagens, terços, bençãos, unções.

Aqui não existe meditação, oração, cânticos, mantras.

Aqui não existe não existe sincretismo religioso.

Aqui não existem profecias.

Aqui não existe transformação de água em vinho, multiplicação de pães, purificação de alma, cura de cegueira, surdez, paralisia, lepra e ninguém anda sobre as águas.

Aqui não existe Inquisição, Cruzadas, Simonia, Hajj.

Aqui não existe venda de indulgências... Aqui se faz, aqui se paga!

Aqui não existe encosto, mal-olhado, "trabalhos", mandinga, mioma, Noite do Descarrego... Mas não podemos te garantir um "corpo fechado".

Aqui nao existe alma.

Aqui não existe fé!

Não proibimos o uso de métodos contraceptivos e somos a favor do aborto (em alguns casos) e da pesquisa com células-tronco.

Aqui, além das "coisas terrenas", só existe o vácuo... O nada, o vazio!

Aqui, existe a ciencia, os grandes pensadores e suas teorias!

Estudamos diversas teorias, das mais variadas... "Big Bang", Supercordas, Relatividade, Quantica, do Caos, Construtivismo, e teorias da Abiogenese e da Filogenia.

Somos somente um bando de "nerds", tentando desvendar os maiores mistérios do universo.

Será que alguém topa entrar para esta ordem?

Contato aqui pelo blog!

PS: aceitamos "Hippies sujos" como membros! rs


Roberto M I Simões

segunda-feira, setembro 21, 2009

O PADRÃO

Somos uma legião de pessoas padronizadas, julgadas todos os dias em relação à raça, estética, comportamento, credo, moda. O que está fora do padrão não serve, ou nos dá vergonha. Você é negro? Seu “preto” fedido! Ladrão, vagabundo! Você é gordo? É um perdedor! Luta com a balança, mas só pensa em rosquinhas! Você tem tique nervoso, manias? Seu esquisito! Nerd! Com certeza, você tem TOC! É evangélico? Falso santo! Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço! Se veste mal? Brega! Jeca! Tem cabelo crespo? Passa uma chapinha ae, poxa!

Não existe salvação! A sociedade é intolerante. Escracha e afasta inescrupulosamente quem não se enquadra no perfil da normalidade. O engraçado é que esta é uma sociedade que não consegue enxergar o próprio umbigo. O velho provérbio do “roto falando do mal-lavado”. E assim caminhamos. Nos querem todos iguais. Sem defeitos, fraquezas. O caráter não importa. Somos o que aparentamos ser. Cada um com seu estilo próprio, mas não deixando de refletir no que os outros vão pensar. Assim, o sentimento de rejeição toma proporções indevidas. E acabamos sendo pessoas diferentes do que somos por dentro.

A maioria das pessoas quer se parecer com as pessoas famosas, que aparecem em filmes e na novela das oito. Ou então vão na onda dos modismos, para estar sempre nas “rodinhas” que desejar. Uma hora você é caubói, logo depois já vira “emo”. Porém, continua a chorar desafinado pelos cantos da sua casa. Você pode começar a jogar de RPG, pode entrar no motoclube da cidade. Mas quando menos percebe, você começa a andar cheio de pentagramas, todo de preto, bebendo até amanhecer, passeando nos cemitérios e outros lugares bizarros. Sem querer, um dia conhece o samba, e vê que tem coisa melhor do que só pensar na morte e no diabo. Logo aprende, com muita persistência, a fazer malabares nas festas “rave”, porque é “manero”, mas logo em seguida vê que é uma estupidez imitar gente pedindo esmola no sinal. Ou pior, começa a fazer piercings e tatuagens, estragando seu corpo. Quantas coisas você já fez para estar na moda, ou para entrar em determinados grupos?

Quantas pessoas fumaram maconha uma vez na vida, só para mostrar que são descoladas? E a velha estratégia de pedir um cigarro para a gostosa fumante que está ali no canto sozinha esperando por carinho, sendo que você odeia cigarro? Quantas pessoas passam a se conhecer tão somente por uma camiseta de uma banda alternativa? Quantos muçulmanos se cruzam e viram irmãos do nada? No Brasil, lógico, no Oriente Médio isso seria difícil... Enfim, quantos elementos socializantes existem para nos agruparmos? Finalmente pergunto, qual foi a ultima vez que você fez algo por vontade própria, por prazer, sem pensar no que os outros vão pensar?

Assim é a sociedade, feita de pessoas presas a estereótipos e modismos, eternos falazes de suas próprias mentes. Prefiro ser como sou. Não me enquadro em quase nenhum grupo ou “roda”. Não compro quase nada que está na moda. Não engulo muita coisa, como política, televisão, futebol, religião. Mas me dou bem e sou feliz com todos estes “Robertos” que existem dentro de mim. Está na hora de fugirmos dos padrões e sermos mais autênticos!

terça-feira, setembro 01, 2009

quinta-feira, agosto 13, 2009

PENIS ENLARGEMENT

Será que meu "pipi" é pequeno? Infelizmente, vou ter que começar a reparar no bilau das pessoas quando for usar um banheiro público. Manja aqueles latões fedorentos que espiram xixi para todos os lados? É, vou ter que usá-los. Que coisa linda! Bom, o fato é que recebo muitos e-mails falando sobre aumento e alargamento de pênis e problemas de ereção. Como descobriram que tenho problemas com isso? Ou será que todo mundo recebe essas merdas? Achei que essa mania havia acabado há tempos. De qualquer forma, vou ter que espiar o "dos outros" no latão, logicamente, escondendo o meu, pois nunca se sabe né?

Ainda bem que estes e-mails não vem em forma de corrente. Imagine só: "Repasse este e-mail para 15 pessoas que seu bilau se tornará um popstar. Se você não repassar este e-mail, seu pinto vai diminuir ainda mais, e você nunca mais vai usá-lo por prazer. Se conseguir tal proeza, com certeza sua transa irá por água abaixo, pois sua parceira rirá muito de você". Credo! Que pesadelo!

Vai ver que é isso, o assunto é tão preocupante para muitas pessoas, que se torna um pesadelo. Desde a antiguidade acredita-se que os homens mais "dotados" tem maior força e resistência, sendo assim melhores reprodutores e mais atrativos para as fêmeas, conquistando assim as melhores do grupo. Algumas tribos indígenas tinham o costume de aplicar veneno de cobra nos órgãos genitais objetivando aumentar o pênis. A dor chegava a perdurar durante seis meses. Será que a cobra picava a "cobra", ou eles aplicavam de outra forma? É de se pensar!

Mas será que tamanho realmente é documento? Ou temos que saber usar para fazer direito? Eu não me importo com tamanho. Se o "meu" é grande ou pequeno, eu nem sei. Nem quero saber. Ninguém nunca reclamou! Mas vai que eu realmente precise de um desses apetrechos milagrosos. Complicado né? O pior é descobrir que o artefato nada mais é que uma casinha de marimbondos. Aê fudeu!

É melhor deletar esses e-mails cretinos e desencanar do assunto. Estou satisfeito do jeito que sou. As mulheres podem até querer por silicone no peito, bunda, coxa, etc, aplicar botox e tudo mais. Mas aumentar o pênis? Ah, vai se danar! Ainda se eu molhasse as calças quando urinasse, até vai né!

quinta-feira, agosto 06, 2009

A PONTE MAIS COMPRIDA DO MUNDO, por Abraão Vinhas

Transcorria o ano de 1981 e o mês era abril.

Eu havia combinado com o senhor Mário Corbucci de ir trabalhar o gado e fazer um balanço em sua fazenda, a Dois Córregos, no município de Selvíria, Mato Grosso do Sul. Combinei também levar cinco animais petiços que pertenciam a meus netos e que eu cuidava. Os animais estavam no sítio Dois Irmãos de propriedade de meu genro Olívio Voltolini, em Sud Menuci.

Na minha passagem por Pereira Barreto encontrei um caminhoneiro conhecido que estava transportando gado de Mato Grosso. Para evitar problemas na fronteira dos estados fiz um acerto com ele:

- Depois de amanhã estarei te esperando às 10 horas na boca da ponte da usina hidrelétrica.

Ele concordou e posei aquela noite em Bela Floresta e na noite seguinte, posei na Fazenda Caçula que faz divisa com Ilha Solteira. Ao amanhecer, do dia fui procurar a ponte onde cheguei as oito e meia. Procurei um barranco para o caminhão encostar, desencilhei o animal em que estava montado, ensaquei o arreio e fiquei esperando pelo caminhoneiro. Os animais ficaram pastando por ali e eu cuidando. As horas foram passando dez, meio dia, duas da tarde, quatro, sete da noite e nada do caminhoneiro, e eu só com o café da manha.

Durante a noite fiquei marcando no relógio 40 minutos, uma hora e não passava nada na ponte. Encilhei o cavalo Baguari, o que não era petiço, montei, joguei os outros quatro na ponte e meti-lhes arreador, fui a galopito. Quando fui passando pelo primeiro guarda ele estava bem sonolento e só levantou a cabeça mas não disse nada. Eu apurando cada vez mais os petiços.

O segundo guarda ouviu o tropel dos animais e saiu da guarita. Enquanto passava ele gritou:

- Ô velho, para onde tu vais?

- Vou pro leste! – respondi, cada vez mais apertando os petiços e pensando: meu Deus, que ponte comprida.

Quando sai em território mato-grossense tive muita sorte e não encontrei nenhuma condução. Joguei os petiços no costado da cerca à esquerda, abri o aramado e entrei na fazenda da Unesp e fui sair em Selvíria para não passar no posto aduaneiro. Peguei a estrada boiadeira e dois quilômetros depois desencilhei o Baguari, armei a rede na cerca do corredor e esperei o dia clarear.

Para mim foi a ponte mais comprida do mundo.


Do Livro “Memórias de um Boiadeiro”, de Abraão Vinhas

sexta-feira, julho 24, 2009

MUDANÇAS...


Minha graduação acabou... E já estou me mudando novamente... Menos de um mês na casa dos meus pais e já vou-me embora... Vou pra Campinas, tentar a sorte na cidade da água mais duvidosa do país... Farei mestrado na UNICAMP... Creio que vou "crescer" mais do que nos longos anos que fiquei isolado na "ilha", sem contato nenhum com grandes empresas, pessoas influentes, oportunidades, etc...

Sentirei saudades das pessoas que ficaram, dos que foram para longe... Sentirei falta da cidade de Ilha Solteira... Aquele buraco, no meio do nada, super quente... Sentirei falta da hidrelétrica, do porto, das praias, dos ranchos, das festas de república e do DA, dos churras e das bebedeiras intermináveis, da sinuca da Atlética, do gengibroso do Pinheirinho, das risadas e palhaçadas, da sala 24 horas e da inesquecível biblioteca... Tudo isso não me sai da memória! Bons tempos que não voltam mais... E não é que passou voando? Sinal que tudo foi muito bom!

Espero que tudo corra bem daqui pra frente! Vida nova!


Sobre o vídeo abaixo, sempre gostei de Paulo Vanzolini (mesmo sem saber qm ele era), desde pequeno ouvia suas músicas cantadas pela família nas reuniões na chácara do Vô Dido... Mas esta canção me comoveu desde a primeira vez q eu ouvi, na voz de Eduardo Gudin...

O vídeo abaixo é de péssima qualidade, mas é o único que achei desta música, que não é muito conhecida... Mas é ótima!

segunda-feira, julho 13, 2009

A INOCÊNCIA DAS CRIANÇAS

Um dos meus últimos dias em ilha... No nervosismo de esperar a divulgação das notas, meus amigos Feio e Frutal me chamaram pra tomar uma cerva no boteco da praça em frente à faculdade...
Eu tava na ressaca do dia anterior e sem clima para beber... Pedi uma cotuba, bem gelada...
Eis que uma garotinha de uns 5 ou 6 anos, que estava deitada sobre o freezer de cerveja, vira e me pergunta: "Tio, você não gosta de cerveja?"
Sem pensar, respondo: "Não bebo, o gosto é ruim. Cerveja faz mal!"
É, as crianças são assim... Como diz o grande Gonzaguinha, "eu fico com a pureza da resposta das crianças"...
E essa foi uma das últimas histórias em ilha solteira...

quarta-feira, junho 17, 2009

SOBRE A ESCOLA DE ENGENHARIA...

"É na Escola de Engenharia que começa a ser destruída a nossa auto-estima. É na Escola de Engenharia que começa a ser forjado o nosso comportamento autodestrutivo, nosso desprezo pelos valores da própria profissão, nosso desgosto com a nossa própria atividade profissional. É na Escola de Engenharia que nasce a nossa falta de coragem empresarial e essa submissão inaceitável aos caprichos dos clientes"...

Clique aki para ler o artigo completo

Ênio Padilha, autor do artigo, é engenheiro eletricista formado pela UFSC (1986) e Mestre em Administração pela UNIVALI (2007).

terça-feira, maio 26, 2009

ANAUÊ, por PAULO SIMÕES (O GDE "POF")

- Anauê ...
cumprimentou a Kurumim,
com sorriso pueril,
olhando pra mim.

- Anauê...respondi.
Uma cunhataí porã ao lado:
-Abaré vai pro pará ?
- Talvez ...achas errado ?

- Ipiranga ?
Neguei e gostaria... - disse -
de ir pra Pirapora;
se comigo fosse...

- Cari... lá tem muita itaúna,
ibitinga e iguassu,
caraguatatuba....
- Encontro alguma duna ?

A cunhataí continuou:
- Tem oca pra kéra ?
Era lugar de itajobi e apuê ...
- É possível nadar na primavera ?

- Oirandé ... pirajuba.
Que sorte a minha...bastante,
conversar com brasileiro nato,
certeza... primeiro habitante.

PAULO MAC INTYER – 19 abril 2.009 (DIA DO ÍNDIO)


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS NA LINGUA TUPY-GUARANY

ANAUÊ = OLÁ
KURUMIM = MENINO (A ) INDIO
CUNHATAÍ = ADOLESCENTE INDIA
PORÃ = BONITA
ABARÉ = AMIGO
PARÁ = RIO
I = AGUA
PIRANGA = VERMELHA
PIRA = PEIXE
PORA = SALTO
CARI = HOMEM BRANCO
ITÁ = PEDRA
UNA = PRETO (a )
CARAGUATÁ = ARVORE PEQUENA COM FRUTO
TUBA ou TIBA = INDICA ABUNDANCIA
IBI = TERRA
TINGA= BRANCO (a)
GUASSU = GRANDE
IGUASSU = RIO GRANDE – MUITA AGUA
OCA = CASA
KARIÒCA = CASA DO BRANCO
KÉRA = DORMIR
ITAJOBI = PEDRA VERDE, ESMERALDA JOBI ou YOBI – VERDE
APUÊ = LONGE
OIRANDÉ = AMANHÃ
PIRAJUBA = PEIXE AMARELO ( AYUBA ) DOURADO

quinta-feira, maio 21, 2009

"Gaiolas e asas", por Rubem Alves

"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."

Rubem Alves


Rubem Alves (Boa Esperança, 15 de setembro de 1933) é um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.

VIDA
Durante sua infância, enfrentou os problemas comuns ocasionados pelas freqüentes mudanças de estados e de escolas. Tais mudanças influenciaram sua atitude de introspecção que o levou à companhia dos livros e ao apoio da religião, base de sua educação.
Presbiteriano, tornou-se pastor. Teve três filhos, e entrou numa crise de fé decorrente de um problema de saúde na família, tendo assim de abandonar o pastorado. Apóstata do cristianismo, tornou-se crítico da religião organizada. É considerado persona non grata na Igreja Presbiteriana, pelas suas posições liberais e anticlericais.
De volta ao mundo secular, tornou-se escritor e acadêmico.

CARREIRA
Bacharel e Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Seminário Teológico de Princeton (EUA) e psicanalista. Lecionou no Instituto Presbiteriano Gammon, na cidade de Lavras, Minas Gerais, no Seminário Presbiteriano de Campinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e na UNICAMP, onde recebeu o título de Professor Emérito.

sábado, maio 16, 2009

O NOVO MUNDO DA EJACULAÇÃO PRECOCE

Crises financeiras à parte, vivemos numa era de consumismo selvagem. Somos instigados a comprar, comprar, comprar. A mídia, a sociedade a nossa volta, os avanços tecnológicos, o governo, todos incitam o consumo exagerado. Roupas, produtos eletrônicos, carros, etc. TV LCD Full HD 42", DVD Player com Blu-Ray, Celular (com TV Digital, GPS, MP3, Camera, Filmadora, Wi-fi, 3G e o escambau - e ainda fala!), Refrigerador Duplex Frost Free, GPS, Condicionador de Ar Split. Nascemos para comprar! Lembro-me de usar minhas roupas prediletas até rasgarem, perderem a cor. Às vezes, nem rasgadas elas me abandonavam. Mamãe as costurava com perfeição. Só assim eu ia ao shopping (ou ao centro da cidade) comprar outra roupa. Escolhia à dedo. Comprava realmente o que queria e precisava, depois de muito procurar. Hoje em dia, compramos uma camisa qualquer, sem se importar com o preço, sem gostarmos e nem ao menos precisarmos dela, e logo a deixamos de lado, pois já "enjoamos". Muita coisa "sai da moda" com a mesma rapidez com que entra. Nem ao menos a estação do ano passou, e a peça já é antiquadra. O que há de errado com nossa cabeça? Será que somos tão idiotas assim? A mídia com certeza acha que sim. As empresas de telefonia celular utilizam de hipnotismo em sua publicidade (só pode!). Você compra um celular e um mês depois quer comprar o novo modelo, que tem camera de 8.1 megapixels e 4Gb de memória e outras várias novidades. "Que merda, o celular que comprei tem somente 1.0 megapixels e 1Gb de memória. Não tem GPS, acesso a internet, MP3. Uma porcaria de celular! Não quero mais aquela merda! Não presta para nada!" E assim, hipnoticamente compramos cada vez mais, eternamente insatisfeitos com o que temos. Vejo crianças com celular. Para que? Falando em crianças, lembro-me que eu não tinha muitos brinquedos na minha infância. E não reclamava. Me divertia jogando bola descalço no asfalto (ou bete), andando de bike, skate, patins. Toda semana aparecia um machucado novo. Merthiolate nele! Lembro-me que os brinquedos que eu ganhava duravam anos, passavam de irmão para irmão. Hoje uma criança ganha um carrinho e em menos de meia hora de diversão (?) já está insatisfeita e quer o novo game violento do PS 2. Mais um pouco de diversão, ela quer um laptop. O seu celular caiu no chão e não tira mais fotos. "Que porcaria de celular!", diz o pai indignado. "Então... Vamos ao shopping!" Essa nova geração nasceu em outra realidade. O mundo da violência, dos produtos eletrônicos e do isolamento. Não sabe, nem desconfia o que vivemos e presenciamos na nossa época. Nunca subirá em uma árvore, não brincará de pique-esconde e bolinha de gude, não terá albúns de figurinha, não comerá jabuticaba no pé (eca, que nojo!), não saberá que o leite de caixinha veio, em partes, da teta da vaca, nem terá grandes amigos do peito. Pelo contrário, trairá seu novo amigo eletrônico quando menos se espera. Falta apego. Valores. Vivência. Amor. A vida de hoje é artificial. Pode ser comprada e substituída facilmente. E ainda aceita parcelamento. Tudo que se consegue facilmente, se vai com facilidade ainda maior. É a era da "ejaculação precoce". Você quer, quer, quer. Quando consegue, já foi! Rápido assim. O milagre da era digital. Tudo a um clique e a milésimos de segundo dos nossos olhos. Tenho saudade da época em que procurava discos de rock dos anos 60 e 70 em sebos lá em Araraquara, minha terrinha. Hoje, baixo milhares de MP3 na internet que sei que não vou escutar. Não temos paciência para ler um bom livro, ouvir um LP ou aprender uma receita de bolo da vovó. O youtube e meu blog são mais interessantes, e o bolo do supermercado ou a mistura pronta são mais ágeis e gostosos. Mentira! Vivemos no comodismo da ilusão e da traição! É lógico que tudo isso é uma farsa! Os clássicos da literatura são indispensáveis! O vinil era muito melhor que o MP3. E aquele bolinho da vovó? Espero que meus filhos não cresçam nestas condições. Deve ser isso que meu avô dizia sobre ter filhos. E meu bisavô, trisavô, assim sucessivamente. Estamos regredindo a cada dia que passa. Chegou a hora de revermos nossos conceitos.



quarta-feira, maio 06, 2009

SE ALGUÉM QUISER ME PRESENTEAR...

Diecast Model da Ferrari 500 F2
Modelo de Fórmula 1 do ano de 1953, Campeão com Alberto Ascari
Escala 1:18
Fabricante: CMC
Preço: $269.00 (Dólares!)
Essa miniatura é uma perfeição em termos de detalhes... Muito bem feita!












Essa versão "Finish Line" que encontrei na internet é de babar... É da marca Exoto, maso trabalho foi feito por um modelista... Trabalho perfeito!



domingo, maio 03, 2009

EU PONHO MINHA BARBA DE MOLHO...


"Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se"
(Provérbio Persa)

quarta-feira, abril 29, 2009

ILHA SOLTEIRA


É assim que me sinto hj em Ilha Solteira...
Um peixe fora d´agua...
Sem amigos, ou quase... A falta é a mesma...
A faculdade cada vez mais estranha... Me incomoda cada dia mais a "cabeça fechada" da maioria dos professores, a imaturidade dos alunos... Sinto que estou em outro nível... Sem querer me achar, mas é isso e ponto!
Ainda bem que meus tempos por aki estão se esgotando... Ainda bem!
Daqui, só irei levar as grandes amizades, algumas várias boas lembranças, e meu eterno amor...

Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder seguir,
e é preciso a chuva para florir.

Sinto que seguir a vida seja simplesmente
conhecer a marcha, ir tocando em frente
como um velho boiadeiro levando a boiada,
eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou,
de estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
(...)
Sinto que seguir a vida seja simplesmente
conhecer a marcha, ir tocando em frente
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
e ser feliz...


Ando Devagar, de Almir Sater e Renato Teixeira

sexta-feira, abril 24, 2009

SE CONSELHO FOSSE BOM...

Neste último feriado fui comprar um cano extensor para o chuveiro, pois o velho quebrou, e aproveitei para comprar mais algumas coisas para a casa de meus pais... Fui na loja que tem na esquina da Rua 2 com a Bandeirantes, perto de casa... Para a minha surpresa, o cano de 15 cm de alumínio custava 6 reais, enquanto que o de latão custava 35... O porque da diferença? O encanamento de alumínio dura no máximo 2 anos e o de latão dura a vida inteira, se bem utilizado... No Brasil as coisas são assim... Pesquisando na internet, descobri que o quilo do alumínio custa 8 reais e do latão 9... Ou você compra o mais durável, e deixa a carteira na loja, ou você compra um equipamento fajuto (mesmo sendo de alumínio) e volta lá na loja daqui a 1 ou 2 anos... Sacou?
Mas o que me impressionou não foi isso... Conversa vai, conversa vem, eu disse que fazia faculdade em Ilha Solteira... O vendedor, muito atencioso por sinal, começou a reclamar do povo de Araraquara... Que são arrogantes, mesquinhos, "comem frango e arrotam peru"... Disse que ninguém vai à loja e diz um por favor, um muito obrigado... Não me lembro bem, mas não creio que eu tenha sido um exemplo de gentileza com o moço... Mas sempre tive boa educação, reflexo de meus pais... O vendedor continuou dizendo que queria sair de Araraquara, pois lá não tinha condições de continuar seu negócio... Os preços dele eram bons, mas mesmo assim sempre reclamavam que era tudo caro... Os produtos eram de qualidade, mas sempre questionavam... Não entendi o porque da revolta, visto que o moço sempre me tratou muito bem, sendo muito educado a toda hora, pronto para bem atender os clientes... Virei para o vendedor e disse: "Não adianta, a felicidade está dentro de você"... Pela sua expressão, acho que ele ficou sem entender... Mas se conselho fosse bom... Podemos morar no Oriente Médio, em meio a guerras religiosas, no meio do deserto do Saara, ou num país de primeiro mundo, com IDH elevadíssimo... Se quisermos ser infelizes, seremos... Independente do lugar, raça, credo, condição social... A felicidade é uma condição que ultrapassa qualquer tipo de barreira... Vemos gente rica morrendo de depressão e gente pobre fazendo festa na laje do barraco, em meio à tiroteios... Temos muito o que reclamar, mas não adianta reclamar por qualquer coisa... E o pior, sermos infelizes sem razão de ser... É por isso que eu amo essa nação chamada Brasil, e vou lutar para melhorar esse país até morrer... Se conselho fosse bom...




Aproveitando, posto aki um vídeo roubado do blog do Astriba... Algum cidadão brasileiro faz alguma coisa para mudar essa situação vergonhosa da política? Realmente, é mais fácil reclamar da arrogância do povo... Parabéns a todos nós pela santa estupidez!

domingo, março 29, 2009

GENGIBROSO

Fui no Pinheirinho sexta com o bixo daki de rep... Sucessor do Vareta aki na casa, não podia deixar de conhecer o lugar antológico... Mas o clima não era mais o mesmo... Ninguém conhecido, mesas de bilhar vazias, o rock'n'roll que rolava por lá não existia mais... Tocava um Barão Vermelho bem baixinho no fundo... O garçom (moleque novo, nunca tinha visto por lá) disse que a vizinhança anda reclamando... É assim, as coisas mudam...
O bar sempre foi mais prá "buteco" do que pra esses barzinhos brega-chique-alternativos de hj em dia... Mas era lá que o pessoal sempre se reunia depois das aulas... Sentávamos prá tomar o famoso caldinho, petiscar qquer porcaria, tomar aquela cervejinha gelada... Era o point do happy hour... Só risada... Prá descontrair mesmo... Detalhe, tudo baratíssimo...
Mas dessa vez foi estranho... Sentei na mesa, alguns amigos do bixo tinham chegado... Papos diferentes, alguns bestas, nenhuma risada.... Todos virgens... Primeira vez no Pinheirinho... Pedi um gengibroso, lembrando do Astriba e do Vareta... Acho q até o Moacir estranhou... Devia fazer tempo que ninguém sentava prum gengibroso... Preparou no capricho, com um sorriso de canto de boca...
Mas o esquema não tava legal... Não entrosei com a molecada... Cansei e fui pra casa... Pedi outro gengibroso em copo de plástico e saí pela rua... O bixo tomou um gole, já na metade do caminho pra casa, e me faz voltar até o bar pro Moacir preparar um gengibroso pra ele tbém... Viciado, acho que o bixo não vai mais ir em outro boteco aki na ilha... Acho q o cara tá aprendendo os macetes! rs
O gengibre faz bem pra garganta e é indicado pra aliviar a dor de cabeça, de coluna... Como é indicado pra curar a ressaca, pois evita enjôo, náusea, vômito, diarréia, etc, fica ótimo misturado na popular caipirinha... Bebida santa esse gengibroso! Totalmente medicinal! rs

segunda-feira, março 23, 2009

FOTOS PASSEIO BIKE

Vista Porto




Vista Paredão




Vertedouro




Usina Vista Lateral

quarta-feira, março 18, 2009

TRILHA DE BIKE

Dominguera foi massa... Andei de bike numa região que não ia à tempos... Acho q não andava naquelas bandas desde o meus primeiros semestres de faculdade... Estava com saudade!

Primeira parada: Porto
Segunda parada: Paredão (até aí, caminho que sempre faço nas minhas andanças)
Terceira parada: Prainha (não as 2 praias conhecidas de ilha, a prainha da CESP mesmo, à jusante da barragem)
Quarta parada: vertedouro da barragem da Usina Hidreletrica de Ilha Solteira

Paisagem muito bonita... Trilha fácil, pedalada tranquila, uns 10km só pra abrir o apetite pro churras q estava por vir... Mas foi legal, muito legal!
Fotos dos locais visitados em breve!

segunda-feira, março 09, 2009

MAGRELA

Minha magrela me deixou na mão... Ou melhor, na bota! Chegando na prainha do lago do Rio Paraná, à uns 4 km de Ilha Solteira, o pneu traseiro da bike simplesmente estoura (não furou somente, estourou mesmo!)... Procuro alguns minutos por carona na beira da rodovia... Nada! Era umas 3 horas da tarde, tava 36ºC, sensação de 37ºC, índice UV 12 (extremo!), vento à 5km/h de oeste a noroeste, umidade de 38%... Nem a sombra de uma sibipiruna ajudou... Tomei outro repositor energético... Não teve jeito! Vim na bota mesmo, sem camisa, o protetor solar escorrendo pelo corpo, a magrela do meu lado, cabisbaixa... Voltei sem o almejado banho de rio! Devia ter ido pra praia, mas a volta depois ia ser pior... Eu estava sem agua e tinha perdido o tesão do pedal... É, fica pro final de semana que vem... Neste, minha magrela me abandonou!

Detalhe: 31 reais no conserto... Pneu d MTB novo e câmara... Um roubo, mas... Fudeu o Goiás!

sábado, março 07, 2009

A VOLTA

O retorno ao último quadrimestre em Ilha Solteira começou do jeito que deveria ser: INFERNAL!!!
Em todos os sentidos, INFERNAL!!!

terça-feira, março 03, 2009

26


Aniversário... Dia para refletir, pensar positivamente nos dias que virão... Ouvir, ler, enfim, receber mensagens bonitas, carinhosas e sinceras...
Para mim, é um dia como os outros 365 dias do ano... Nada de especial... Mas também não é ruim, como muitos acham... Só quem ganha meia, cueca ou gravata do tio-avô desde que se considera "gente" que pode achar ruim...
Eu costumo olhar para trás todo dia de aniversário... Pensar em tudo que fiz na vida... As alegrias, momentos de extase, triunfos, assim como os momentos dificeis, as escolhas que não deram certo e as decepções... Penso nos amigos que fiz, na família que tenho, nos alicerces que me sustentam... Penso em tudo que aprendi e ensinei à todas estas pessoas...
A conclusão que tiro? Sou um cara de sorte! Tenho uma família maravilhosa, alguns bons amigos, tenho saúde, sou bonito, inteligente (hehehe!!!)... Não tenho do que reclamar!
Afinal, foram 26 anos muito bem vividos! Não voltaria atrás para mudar nada... Nem para melhor...
Parabéns para mim, e que venham mais vários 26 anos iguais a estes!

sábado, fevereiro 14, 2009

OS MAC-INTYER – CRÔNICAS DO COTIDIANO

Por Dermeval Simões
Publicada no Jornal “O Imparcial” de Araraquara em 30.06.85.


Coisas da vida, difíceis de serem explicadas. Eu, nacionalista por convicção, como só em ser todos os brasileiros, com mais de 200 anos, tendo netos com êsse patronímico!
Valeu, como dizem os moços! O fato é que inserto está, como sobrenome de dois netos meus êsse Mac-Intyer: Roberto Mac-Intyer Simões e agora, novinho em folha, o Thales Mac-Intyer Simões.
A resposta para êsse aparente estranho nome é, em verdade, muito interessante.
Eu sou Simões, pelo lado paterno. Meu avô materno era Pereira de Mendonça. Minha mulher é Vargas da Silva, pelo lado paterno. Aliás, não seria Vargas da Silva não fosse a facilidade encontrada antigamente, há mais de cinqüenta anos, para se alterar o nome da gente.
Meu sogro, muito conhecido nesta cidade, chamava-se Benedito Vargas da Silva, o “velho” Vargas, carinhosamente assim chamado.
Chamava-se não, chamou-se, por vontade própria, alterando o seu nome, por desgostá-lo e de lambuja aproveitou e alterou o próprio nome familiar. Descendente de brasileiros da Aparecida do Norte, onde nasceu em 1881, filho do não menos famoso e ate hoje lembrado Antonio Mariano De Oliveira e Silva, o Seu Vargas foi registrado como Benedito Adrião de Oliveira e Silva. Ao atingir a puberdade não agüentou mais as brincadeiras dos colegas que o tratavam por Agrião, verdura por demais conhecida por aquelas bandas, e um dia resolveu colocar um paradeiro às chacotas dos moleques e simplesmente trocou o nome e passou a chamar-se Benedito Vargas da Silva.
Mas, voltando aos Mac-Intyer, o meu filho Paulo Roberto foi descobrir êsse apelido, no registro de sua avó, aliás minha sogra, muito querida Carolina Mac-Intyer, mineira de bôa cepa, natural de Campanha, Minas Gerais.
Vejam como surgiu êsse americano na família da Dona Ana, mais conhecida como Beata, avó materna de minha esposa.
Willian Duncan Mac-Intyer, êsse o nome completo do americano, descendente de irlandezes, que aí pelo ano de 1870 aportou no Rio de Janeiro, para nunca mais voltar à sua terra.
Contava Da. Carolina que seu pai era um homem muito alegre, gostava de aprontar brincadeiras, caçador emérito, era palhaço de circo nas horas de lazer e a sua profissão era a de seleiro, sabendo inclusive embalsamar os animais caçados, como onças e macacos.
Com esse espírito e com apenas quatorze-quinze anos, brincava um dia com sua mãe, numa pequena cidade, que dizem chamar-se Carolina, no estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, quando, não se sabe como, um bode grande deu uma violenta cabeçada nos fundilhos da velha, jogando-a dentro de uma tina de levar roupa, cheia de água e sabão. O moleque Willian, grande gozador, no lugar de socorrer sua assustada mãe, caiu na maior gargalhada de sua vida. E riu tanto, tanto, que exasperou a mãe, a qual tomada de ira, ameaçando-o com uma surra. Este quando percebeu a braveza da mãe, não teve duvidas, “perna pra que te quero”. Correu sem parar alguns minutos, até ter a certeza de haver escapado impune. Aí êle resolveu não mais voltar prá casa e continuou andando sem destino até chegar num porto marítimo, onde conseguiu embarcar num navio, como trabalhador. Desembarcou no Rio de Janeiro e, embevecido pela beleza da terra não retornou ao barco. Passado algum tempo, já dominando o idioma português, engaja-se num circo e quando chega à cidade de Campanha, no sul de Minas, desligou-se da lona e ali permaneceu para o resto de sua vida. Casou-se com a Beata, teve seis ou sete filhas e um só filho, falecido prematuramente.
Vejam vocês, como se operam as transformações nominais. De Oliveira e Silva para Vargas e onde havia somente Simões, agora surgiram os Mac-Intyer.
Que Deus os proteja e eles possam como o tataravô, serem dois grandes palhaços, a espargirem alegria, muita alegria e risos descontraídos e sinceros, neste mundo tão triste de hoje.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

PARATY = CACHAÇA

“Parati = 1. Cachaça feita em Parati (RJ) 2. cachaça” (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Dicionário)

Por volta de 1540 os portugueses instalaram no Brasil os primeiros engenhos para produção de açúcar e rapadura. Para se fazer rapadura, fervia-se o caldo da cana, separando a espuma que se formava - o cagaço - para dar aos animais. Encarregados da produção da raspadura e de levar o cagaço para os cochos dos animais, os escravos perceberam que após um ou dois dias parado, o cagaço fermentava, transformando-se em álcool. Não demorou muito para os senhores de engenho descobrirem esse álcool. Acostumados a produzir a bagaceira, uma aguardente feito da uva, os senhores de engenho resolveram destilar o cagaço para separar as impurezas. Surgia assim a cachaça.


No século XVIII, Paraty chegou a ter mais de duzentos engenhos e casas de moenda. Destes, menos de dez engenhos resistiram ao tempo. Alguns deles são de propriedade de famílias que fabricam pinga há mais de 200 anos. Os segredos de fabricação continuam guardados a sete chaves, mas o modo de fazer pode ser visto por qualquer um que visitar os alambiques, que ainda hoje funcionam com roda d'agua, barril de carvalho, pipas, dornas artesanais e tachos de cobre com fogão à lenha. O resultado desta combinação que reúne a terra boa para cana e o conhecimento de séculos de tradição só pode ser degustado com uma boa Paraty feita em Paraty, terra-mãe das boas pingas artesanais do Brasil.


A aguardente de cana foi o segundo produto de exportação do Brasil (o primeiro foi o açúcar, a base da economia colonial), e de acordo com alguns historiadores nasceu na capitania de São Vicente, no hoje estado de São Paulo. No século XVII, Paraty tinha nada menos que 160 alambiques em atividade. “A cachaça sempre foi a principal moeda de troca no comércio de escravos africanos, mas foi a partir da proibição do tráfico que o negócio realmente começou a dar um lucro gordo para os engenhos de Paraty”, relata o historiador paratiense Diuner Mello. “É claro que os comerciantes de escravos continuaram trabalhando do mesmíssimo jeito, só que os navios negreiros não podiam mais desembarcar a ‘mercadoria’ nos portos oficiais, como Rio de Janeiro e Santos, por exemplo. O jeito foi arrumar portos mais discretos, digamos assim, e foi aí que Paraty assumiu o papel de centro distribuidor de escravos para todo o país”, conta ele.


Com a demanda por negros explodindo na região, aumentou também a necessidade de produzir a tal moeda pra pagar os fornecedores. Em 1873, um relatório oficial da administração imperial relata que os engenhos do município produziram cerca de três milhões de litros de pinga. O destino do produto não está descrito nos documentos, mas não resta nenhuma dúvida de que a maior parte dele foi parar na África, como pagamento pelos escravos embarcados para o Brasil.

Bem antes disso, a região já era um dos principais pontos de partida das expedições que subiam a serra em busca de novas terras e, sobretudo, do ouro e das pedras preciosas das Minas Gerais. E por melhor que fosse o pagamento prometido aos aventureiros que se dispunham a enfrentar a mata, era de todo impossível começar a empreitada sem ter garantido um bom suprimento de cachaça. Sem ela, não havia quem pudesse resistir às enormes dificuldades da viagem, que incluíam o relevo absolutamente desfavorável, a floresta virgem, toda sorte de insetos e animais, o clima, os índios e ainda a fome, as doenças e a solidão.


Com tamanho mercado consumidor, aqui no Brasil e no outro lado do oceano, parecia que a prosperidade dos engenhos de pinga de Paraty jamais teria fim. Mas teve. Correndo o relógio da História, Diuner Mello lembra que, em 1870, o imperador mandou construir a estrada de ferro ligando a cidade do Rio de Janeiro a São Paulo. “A partir daí, todo o café produzido ao longo do Rio Paraíba passa a ser transportado pelo trem. Com isso o porto de Paraty vai perdendo importância e a região toda entra em decadência, incluindo a outrora próspera indústria da cachaça”, completa o historiador.

Dos mais de 100 alambiques de aguardente que funcionaram no município a partir de meados de 1700, a cidade conta hoje apenas com 6, todas de qualidade inigualável e consideradas por peritos em aguardente - como os membros da Academia Brasileira da Cachaça e da Confraria do Corpo Furado, ambas do Rio de Janeiro - como as melhores dentre as milhares de pingas alambicadas de hoje em dia.


Considerada inicialmente como a bebida das senzalas e das festas dos negros, a pinga expandiu-se de tal forma que em 1649, o imperador D. João IV, emitiu uma Carta Real tentando proibir sua produção pois estava fazendo concorrência com os vinhos portugueses.

O solo de Paraty é considerado ideal para a plantação de cana-de-açúcar e a geografia acidentada com numerosos rios facilitava a construção de rodas d’água, indispensável para a moagem em grande escala da cana-de-açúcar. Esses motivos transformaram Paraty no maior centro produtor da bebida durante o período colonial e imperial. Segundo os cálculos de Pizarro, no início dos do século XIX a vila produzia 845.000 litros de pinga por ano.


Para se fazer uma pinga artesanal de qualidade, os alambiques seguem algumas regras:

1- a cana é plantada sem agrotóxicos e, na hora do corte não se queima a plantação (costuma-se queimar as plantações de cana para facilitar o corte);

2- o fermento utilizado deve ser natural, a base de fubá e farelo de arroz. Esse fermento demora de dois a quatro dias para fermentar o caldo da cana, enquanto o fermento químico demora no máximo cinco horas. O tipo do fermento influencia no sabor e no aroma da bebida;

3- o caldo de cana fermentado deve ser destilado em alambique de cobre pois esse mineral acelera algumas reações que ocorrem no processo da destilação;

4- antes de ser engarrafada, a pinga deve ser armazenada por no mínimo três meses em barris de madeira para que ocorram reações de oxidação que suavizarão o gosto. O tipo da madeira utilizada para fabricação dos barris influenciará no aroma, cor e sabor da bebida. Importante ressaltar que as bebidas destiladas só envelhecem em barris de madeira e não em garrafas de vidro;

5- ao engarrafar, além da rolha, deve ser colocado um lacre para vedar a boca da garrafa, impedindo assim que o álcool evapore.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

PIMENTAS


A pimenta faz bem à saúde e seu consumo é essencial para quem tem enxaqueca. A substância química que dá à pimenta o seu caráter ardido é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde. Elas provocam a liberação de endorfinas - verdadeiras morfinas internas, analgésicos naturais extremamente potentes que o nosso cérebro fabrica! E quanto mais endorfina, menos dor e menos enxaqueca. E tem mais: as substâncias picantes das pimentas melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago. Possuem efeito antiflatulência. Estimulam a circulação no estômago, favorecendo a cicatrização de feridas (úlceras), desde que, é claro, outras medidas alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas conjuntamente. Existem estudos que demonstram que a pimenta é um potente antioxidante (antienvelhecimento) e antiinflamatório. A pimenta possui também propriedades anticancerígenas. [texto: Dr. Alexandre Feldman]

Além da coloração intensa e dos sabores picantes, associados aos caprichos e à sedução, a pimenta historicamente tem sido considerada como um suposto afrodisíaco. Já no século XVI era proibida aos jovens sob a suspeita de estimular a sensualidade. Mas tudo isso surpreendentemente pode ter fundamentos razoáveis, uma vez que a Capsaicina, ao provocar o aumento dos níveis de endorfina, faz com que o sistema nervoso central responda com uma agradável sensação de prazer e bem estar, além de elevar a temperatura corporal e ruborizar a face, condições propícias ao afloramento espontâneo da sensualidade.

A Capsaicina:
Encontrada nas nervuras do fruto das pimentas vermelhas. Age provocando uma surpreendente aceleração do metabolismo no local, dilatando os vasos capilares e aumentando o fluxo sanguíneo, o que propicia um substancial aumento do fluxo de nutrientes e de oxigênio à área atingida e, além disso, estimula as ramificações nervosas, elevando a capacidade dos sistemas imunológico e antiinflamatório e melhorando a capacidade de cicatrização e a ação bacteriológica.