Somos uma legião de pessoas padronizadas, julgadas todos os dias em relação à raça, estética, comportamento, credo, moda. O que está fora do padrão não serve, ou nos dá vergonha. Você é negro? Seu “preto” fedido! Ladrão, vagabundo! Você é gordo? É um perdedor! Luta com a balança, mas só pensa em rosquinhas! Você tem tique nervoso, manias? Seu esquisito! Nerd! Com certeza, você tem TOC! É evangélico? Falso santo! Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço! Se veste mal? Brega! Jeca! Tem cabelo crespo? Passa uma chapinha ae, poxa!
Não existe salvação! A sociedade é intolerante. Escracha e afasta inescrupulosamente quem não se enquadra no perfil da normalidade. O engraçado é que esta é uma sociedade que não consegue enxergar o próprio umbigo. O velho provérbio do “roto falando do mal-lavado”. E assim caminhamos. Nos querem todos iguais. Sem defeitos, fraquezas. O caráter não importa. Somos o que aparentamos ser. Cada um com seu estilo próprio, mas não deixando de refletir no que os outros vão pensar. Assim, o sentimento de rejeição toma proporções indevidas. E acabamos sendo pessoas diferentes do que somos por dentro.
A maioria das pessoas quer se parecer com as pessoas famosas, que aparecem em filmes e na novela das oito. Ou então vão na onda dos modismos, para estar sempre nas “rodinhas” que desejar. Uma hora você é caubói, logo depois já vira “emo”. Porém, continua a chorar desafinado pelos cantos da sua casa. Você pode começar a jogar de RPG, pode entrar no motoclube da cidade. Mas quando menos percebe, você começa a andar cheio de pentagramas, todo de preto, bebendo até amanhecer, passeando nos cemitérios e outros lugares bizarros. Sem querer, um dia conhece o samba, e vê que tem coisa melhor do que só pensar na morte e no diabo. Logo aprende, com muita persistência, a fazer malabares nas festas “rave”, porque é “manero”, mas logo em seguida vê que é uma estupidez imitar gente pedindo esmola no sinal. Ou pior, começa a fazer piercings e tatuagens, estragando seu corpo. Quantas coisas você já fez para estar na moda, ou para entrar em determinados grupos?
Quantas pessoas fumaram maconha uma vez na vida, só para mostrar que são descoladas? E a velha estratégia de pedir um cigarro para a gostosa fumante que está ali no canto sozinha esperando por carinho, sendo que você odeia cigarro? Quantas pessoas passam a se conhecer tão somente por uma camiseta de uma banda alternativa? Quantos muçulmanos se cruzam e viram irmãos do nada? No Brasil, lógico, no Oriente Médio isso seria difícil... Enfim, quantos elementos socializantes existem para nos agruparmos? Finalmente pergunto, qual foi a ultima vez que você fez algo por vontade própria, por prazer, sem pensar no que os outros vão pensar?
Assim é a sociedade, feita de pessoas presas a estereótipos e modismos, eternos falazes de suas próprias mentes. Prefiro ser como sou. Não me enquadro em quase nenhum grupo ou “roda”. Não compro quase nada que está na moda. Não engulo muita coisa, como política, televisão, futebol, religião. Mas me dou bem e sou feliz com todos estes “Robertos” que existem dentro de mim. Está na hora de fugirmos dos padrões e sermos mais autênticos!
FORA DA INTERNETE
Há 7 anos
3 comentários:
Isso aí bigato.A autenticidade é coisa rara é o por isso que se paga um o preço. Como sei disso.Abraços.
Autenticidade! é disso que o mundo precisa! de pessoas que tenham a originalidade necessária para se definirem no singular...
Adorei o texto irmão!!!
Lembre-se sempre eu amo voce pelo que voce É e nao por aquilo que eu gostaria que vc fosse... se as pessoas pensassem assim não cairiam nessa de modismos..
beijao
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