quarta-feira, maio 14, 2008

SONHO BOM...


Acordei disposto hoje. Dormi muito bem, pois tive um sonho bom! Sonhei com a Vó Dida e o Vô Dido. Há tempos não sonhava com eles. Sonhei com um fim de semana na chácara, família reunida e tudo mais. A Vó Dida foi nos receber no portão, como sempre fazia, gritando com o “véio” Nil e a Lili. Lembro-me que minha mãe tinha medo dos cachorros avançarem nela, e sempre ficava no carro até alguém os acalmarem. A Vó sempre estava do mesmo jeito, de calça jeans cortada no meio das canelas, estilo pula-brejo, camiseta bem velha e pés descalços. Sempre dava aquele abraço molhado, numa mistura de suor e água com sabão, pois sempre aos fins de semana lavava roupas no tanque. O Vô Dido lia o jornal na varanda, a sempre fresquinha varanda, cheia de plantas e pássaros, engaiolados ou não. Sempre felizes, muito contentes com as visitas dos entes queridos. Quando não tinha festa, o almoço de domingo era na casa, não no barracão. O Vô Dido, sempre sistemático, não nos deixava sentar à mesa de boné, mas não passava uma refeição sem contar piada. Sistemático, mais bem humorado. Lembro-me quando ficou mais debilitado, por causa de sua doença, e sempre gritava a Vó, com uma energia intensa: “– Dííí!”. Todo mundo brincava com o seu potente grito. Com certeza, até ele achava graça. A chácara da Rota 81 era um lugar maravilhoso, sem contar na convivência do local. Passar a infância nela foi muito bom. Morar lá durante alguns anos, com certeza, foi mais incrível ainda. Na chácara tinha a casa principal, a casa do caseiro, onde moramos alguns anos da minha adolescência, um parque com balanço e escorregador, e um barracão, que tinha churrasqueira, fogão e forno à lenha para fazer pão, pizza, etc. A estrutura da chácara ainda contava com milharal, cafezal e canavial, além de várias árvores, frutíferas ou não. Tinha manga de todo tipo, acerola, goiaba, maracujá, jabuticaba, amora, jambolão, e até graviola e guaraná! Que delicia era comer frutas no próprio pé, sem lavar nem nada. Chupar cana, super docinha. Sentir o cheiro do café torrando lá no barracão. Que delicia! Tinha também uma horta, donde sempre invadíamos para comer morangos e cenoura com terra. Como era bom comer verduras e legumes sem agrotóxicos! Ainda mais escondidos! Quantas vezes não nos pintamos com urucum, imitando índios? Quantas vezes subimos nas árvores? Quantas brincadeiras não fizemos por lá? Quantos foram os cortes no pé, na mão, e os “ralados” pelo corpo? Tudo era curado com o poderoso guaco da Vó Dida. Que saudades da chácara! Conhecia cada palmo daquela terra, tantas foram as vezes que andei de pés descalços por lá. Saudades das festas, sempre regadas de muito churrasco, bebida, música e gente pra todos os cantos. Lembro-me como se fosse ontem. O samba, dentre outros gêneros, rolava solto. Zé Gambá no atabaque, meu pai no pandeiro, Renatinho no violão, Tio Ary e suas cantorias e dancinhas clássicas, todos cantando e se divertindo... Versinhos aqui, acolá... Sôdadi! Quantas histórias se passaram por lá! Quantos aniversários, natais, festas juninas... Quantas "peladas", com direito a muitos frangos, discusões e canetadas mil... Que sonho bom! Mas depois de acordado, penso que é uma pena ver tudo aquilo abandonado, sem trato e sem família. Mas a vida é assim, não é mesmo? Ao menos as lembranças não se acabam jamais...

PENSAMENTOS


Estou a pensar em ti
A pensar em nós
No enlace de nossas almas.
O que representa tudo?
Estes dois anos vividos
De pura magia e beleza?
O inicio de uma vida inteira
A caminho da eternidade?
Sei que foram e serão
Momentos alegres
De gozo sem fim.
Memórias duradouras
Que entorpecem a mente.
Também momentos tristes
De lágrimas derradeiras.
Memórias atormentadoras
De um passado adormecido.
Assim somos nós
Simples mortais
Saciando a sede num beijo molhado
E o desejo em corpos suados.
Matando a saudade num longo abraço
E a angústia em declarações sem fim.
Sofrendo as imolações da vida
E engrandecendo a cada dia
Nosso amor terno e inquieto.
Que se estende ao infinito
Tocando o intangível
Flutuando num mundo lírico
De brilho intenso e tácito
De inumerável beleza.
Criando e manipulando
Nosso infindável enredo íntimo
Que não se quebra jamais.
Fundindo nossos segredos,
Mistérios e emoções
Na vastidão sublime e plena
De carícias, afagos e carinhos
Postos delicadamente no estandarte
Do universo indefectível do nosso amor.

sexta-feira, maio 09, 2008

DONA CARMINHA


Inauguraram nesta semana uma loja nova na Rua Seis, esquina com a José Bonifácio. Dizem que não é drogaria, nem farmácia homeopática, nem fitoterápica e nem de florais. Na verdade, é tudo meio que misturado, com coisas que não se sabe ao certo “donde” vem, “tá” me entendendo? Logicamente, fui lá conferir “qualé quié” a novidade. A loja misteriosa era bem cheirosa e muito harmoniosa. Um brinco! Me lembrou dos anos trinta, mesmo que eu nunca tivesse passado por lá. Balcões e prateleiras de imbuia, muito bem vistosos, tudo muito limpo. Antes mesmo de terminar a breve passada de olhos pela loja, Dona Carminha veio me atender. Pois não, o que o senhor deseja?, disse a doce voz da atendente. Vim conhecer a loja. O que é que vocês vendem? Para a minha surpresa, Dona Carminha sorriu. O que você procura?, ela perguntou. Estão dizendo que vocês tem remédios que fazem milagres! Novamente um sorriso, agora sarcástico. Tenho remédio que trata prisão de ventre, reumatismo, calvície, trombose, hipertensão, frieira, diabetes, lombriga, escorbuto, impotência, lepra e até mesmo remédio que previne câncer e cura AIDS. Qual o seu problema? Os remédios vinham em frascos, todos manipulados. Nada de cartel dos grandes laboratórios. Mas eu não tenho nenhum problema de saúde, graças a Deus! Eu tinha entrado só por curiosidade mesmo, para conhecer o local. Já sei o que você procura!, disse Carminha. Tenho umas doses boas aqui! Doses de alegria, esperança, paz de espírito, compaixão, ânimo, coragem, respeito, ambição, e algumas coisas interessantes, como dose contra ódio, inveja, ciúme, ganância, mau olhado, vingança, nervosismo, encosto... Sem contra-indicações! Na hora não acreditei no que ouvia. Fiquei pasmo! Muito obrigado, mas hoje não. Você tem ervas para chá e incensos? Finalmente encontrei algo que prestasse. Comprei vários bons produtos. Mas aquelas doses ficaram na minha cabeça. Será que era picaretagem? Nunca gostei de auto-ajuda nem de fenômenos malignos e funestos. Mesmo assim, dias depois voltei à loja. Você tem dose de bom senso? Dona Carminha foi ao fundo da loja e demorou a voltar. Esta dose é extremamente cara, rara, difícil de manipular e indicar. Não trabalhamos com ela. Óbvio, pensei. E dose de justiça?, provoquei. Vixi, piorou! Daqui a pouco você vem atrás de doses de igualdade social, educação, saúde, felicidade, riqueza, sucesso... Boas doses de mulheres maravilhosas e um "super QI"... Se eu tivesse ficava rica! E não era mentira. Eu tenho somente doses paliativas, terapêuticas. Para mim, placebo! Não duvido do poder de plantas medicinais, mas tem cada coisa! Dose contra encosto, inveja, mau olhado? Mas é que minha indignação é grande, Dona Carminha. Esse país não tem mais jeito. Cansei de corrupção, violência, fome, desemprego, miséria... Dona Carminha parou, pensou bem, e me disse: tenho uma dose forte de conformismo. No inicio dá algumas reações adversas, mas deve cair bem! Não hesitei. Obrigado, não sou desses, não desisto fácil! Dona Carminha pensou, pensou... Consultou novamente alguém lá atrás da loja e voltou meio envergonhada. Desculpe te oferecer assim desse jeito, mas eu tenho uma dose de ignorância, você quer? Tenho dose de memória curta também, mas ignorância é “tiro e queda”! Memória curta tem posologia diferente para cada pessoa e a validade é curta, a perturbação sempre volta. Com a dose de ignorância, você vive mais feliz e não se aborrece com os problemas políticos, sociais... Tenho também várias doses de conselho furado, como este. Te interessa? É bem barato. Fiquei sem resposta. Obrigado, acho que nisso você não pode me ajudar... Não tem como fazer milagres! Bom, então quero mais chá de menta e de hibisco com aniz estrelado, por favor. Achei-os uma delícia...

sábado, maio 03, 2008

FANFARRA

vídeo da família mais doida q conheço! não precisa nem dizer qm organizou isso né GDE POF???
festa inesquecível... 30 Anos de Casamento do POF e da TARTA...

sexta-feira, maio 02, 2008

Séc. XXI: Um novo século ou a continuidade deste?

encontrei esse texto um dia desses... fiz na escola, numa aula d redação, e minha mãe tinha guardado...

Todo o mundo está voltado para o novo século que está chegando. Esperanças tomam a mente de várias pessoas, como a cura de várias doenças, a descoberta de utensílios que nem tentamos imaginar. Mas por outro lado, a mudança de século não passa de uma mudança de data, o tempo continua a passar normalmente, e tudo continua o mesmo. É apenas uma mudança inventada pelo homem, que não influencia em nada. A natureza, por exemplo, não nota esta mudança.
O homem datou o tempo para se ter idéia de quando aconteceram os fatos no passado, para se ter uma idéia cronológica. Cada povo adota um marco em sua história como o início dos tempos. Mas este novo século entrou na cabeça das pessoas como se fosse a resolução de todos os problemas, motivo para se pensar no que virá, e até mesmo, de se preocupar consigo próprio. É mais uma vez a política dos romanos, deste mesmo passado. A política do pão e circo. Você se esquece dos seus problemas diários e de seu estresse e comemora com todos o começo de uma “nova era”.
O único fator positivo desta relevante invenção humana é a esperança de que novos dias virão, sem guerras, ganância, poluição, corrupção. Um tempo que todos esperam ansiosos, mas que ainda não faz parte da nossa história cronológica. Nem do presente, nem do passado. No futuro, quem sabe. Só nos resta saber se estaremos vivos ainda para sentir tamanha emoção de ver pessoas vivendo igualmente, não importando raça, nacionalidade, sexo, profissão...
Infelizmente somos arrogantes e pensamos apenas no que nos será útil. Cura da AIDS, do câncer, de doenças cardiovasculares, diabetes... A maioria dos escrupulosos que habitam este planeta não estão preocupados para achar uma saída para a destruição da camada de ozônio, a destruição de imensas florestas, a utilização do trabalho escravo e da exploração do menor, a intensa poluição nos grandes centros urbanos, o lixo tóxico, as guerras, a fome, a miséria, os preconceitos, a falta de hospitais, de educação, de direitos, fatos que atingem não só o terceiro mundo.
Estas, dentre outras, deveriam ser as grandes mudanças, para se ter um mundo melhor, se ter paz interior e não se pensar em coisas fúteis, como um simples e insignificante festejo de mudança de século. Comemoração? Não temos o que comemorar, temos na verdade que se mobilizar para fazer algo de importante no mundo. Você já fez algo de bom para um desconhecido? Comece hoje a fazer. A respeitar as pessoas, os idosos. O futuro depende dessa juventude que está crescendo, e a sua má formação comprometerá o sistema. Seja você mesmo, mas seja mais consciente.
Devemos pensar em coisas importantes como a reconstituição da destruição que causamos ao planeta. Temos que Ter bom censo para pensar no que irá ser realmente importante para a humanidade, pois nem tudo está perdido, e ainda existem caminhos. Existe uma grande inversão de valores, e isso é muito preocupante para o futuro de nossa sociedade.

Roberto Mac-Intyer Simões, aos seus 16 anos de idade
10/4/1999

O MUNDO DOS SONHOS

mais uma redação de escola... rs


Sonhar nos coloca em outro plano, tanto espiritual quanto material, no qual a realidade é o avesso, onde o mundo é parecido com o que desejamos. Cada um com um mundo diferente, mas com um ideal certo: a felicidade. Ás vezes, a felicidade é hipocrisia, mas sonhar não é. Coisas boas não são mentirosas, obscuras ou não para alguns, sempre são conquistadas por todos nós, simples mortais. Até mesmo pela pessoa mais má que existe, a mais infeliz e desgosta com a vida. O sonho é a sua vontade se tornando real em um plano imaginário. É uma encenação virtual da vida, de momentos que seriam relevantes se acontecessem de verdade. Uma vida diferente.
Sonhar é uma maneira fácil de se encontrar, é uma forma de meditar, é a hora de expor os anseios, ansiedades, hora do ego refletir a vida como cada um gostaria que fosse, hora de buscar algo. Quem não gosta de satisfazer suas vontades? Como nem tudo é possível de se conseguir, as vontades muitas vezes não são supridas da nossa mente. Sonhar pode satisfazer muitas vontades impossíveis, mas muitas vezes, um ideal não sai da cabeça enquanto não concretizado.
Ninguém pode também viver só de sonhos e se esquecer da realidade! O mundo real e o mundo imaginário dos sonhos tem que se completarem, tem que andarem sempre juntos, pois senão ou você fica por fora da realidade que te cerca, ou então você se estressa rapidamente com a vida cruel que levamos. Sonhar é como comer, beber, tomar banho... É essencial para todos. Viver é um sonho real.
A maioria dos brasileiros já sofrem normalmente por causa de crises, desemprego, violência, estupros, hipocrisia, ladrões, fome... Imagine se ninguém sonhasse com um Brasil melhor, mais igualitário? Todos vivendo em paz, vivendo o hoje, sem tem com que se preocupar com o q eu comer no dia de amanhã? Sem ter de se preocupar com assaltos, sequestros? Será este mais um sonho que vaga na cabeça de milhares de pessoas? O mundo é assim, e será difícil mudá-lo. Uma mudança econômica, política e social deveria ser implantada para modificar a nossa vida. Mas quais seriam os modelos “ideais” para se viver? Existe este modelo político-sócio-econômico “ideal”? Acho que não irá passar de um sonho mesmo...
Os “hippies” já tentaram um caminho diferente, mas viram que não deu certo: “Make love, no war”. Um sonho apenas. Não se pode se esquecer da realidade e viver só de sonhos. O festival de música “Woodstock” foi a prova concreta de que se deve mudar algo, mas não radicalmente. Nada é como nós queremos, e a vida nem sempre é tão fácil quanto se parece ser. As drogas não levam seu sonho para frente e as coisas não são mais conquistadas, pois perdeu-se a consciência, a noção de tempo, da vida! Ainda bem que as drogas não acabaram com os sonhos da maioria das pessoas, por um mundo melhor. Ainda bem que os sonhos não se acabaram. Não se acabe e... Sonhe!

Roberto Mac-Intyer Simões, aos seus 15 anos de idade
25/02/1999